Desigualdade não é tendência

Mulher negra olhando diretamente para a câmera

No último dia 11, a Folha de S. Paulo publicou uma notícia sobre as multas que a prefeitura do Rio de Janeiro pretende aplicar sobre veículos de publicidade que divulgarem conteúdo sexista e que estimule a violência contra a mulher. Mas por quê?

A resposta é simples: estamos em 2018. Vivemos em um país com índices de violência de gênero vergonhosos para qualquer época, mas, sobretudo para o final da segunda década do século XXI. É inaceitável que nós, comunicadores, sobretudo os que têm mais voz nas grandes mídias, continuemos propagando este tipo de conteúdo que fomente qualquer tipo de agressão e preconceito.

Felizmente as marcas estão acordando para um novo tempo, em que promover a igualdade e não discriminar é uma necessidade. Vemos que de fato há uma mudança de comportamento da parte das marcas em relação a isso: muitas marcas cujas propagandas eram, anteriormente, caracterizadas por colocar mulheres como objeto ou em posição de inferioridade, hoje dão lugar a conteúdos diferentes, que não somente as colocam em um plano de igualdade, mas também levam à reflexão.

Um exemplo desta evolução é a Skol que, em 2017, assumiu o machismo em suas peças anteriores e aderiu a campanhas que colocam as mulheres e demais grupos sociais marginalizados em pé de igualdade em suas peças dali por diante. A mesma marca que, no Carnaval de 2015, espalhou pelos grandes centros anúncios com a frase “Esqueci o ‘não’ em casa”, no último Dia Internacional da Mulher lançou a campanha Reposter. Nesta, rasga todos os seus antigos cartazes que mostram mulheres com roupas curtas segurando garrafas e latas de cervejas em poses apelativas, e estes cartazes são substituídos pelo trabalho de seis ilustradoras que desenham mulheres com frases empoderadoras.

Neste ano, a mesma Skol trabalha com o slogan “desce redondo” ironizando frases já batidas que reproduzem preconceitos. Nos filmes da campanha “No verão, tá redondo, tá junto”, quem reproduz estas frases tem um pensamento quadrado que acaba com qualquer festa e quem rebate estes preconceitos pensa redondo e agrega a todos, tornando o verão muito melhor.

O recado é claro: não há mais espaço para preconceitos, inferiorização de grupos marginalizados, hipersexualização de mulheres e outros comportamentos discriminatórios nos nossos trabalhos. Pelo contrário, nossa voz e nosso alcance em qualquer tipo de mídia deve ser para promover a igualdade.

 

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